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Lugar pra se colocar idéias, bobagens e loucuras da vida anônima.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Essa semana no PAU...

Olá pra você que é leitor assíduo e sente falta do blog mais dinâmico e atualizado, peço paciência, estamos trabalhando para isso. (na verdade eu estou)
Aproveitando que domingo é dia das Mães, falei no PAU um pouco de algo que muitos jovens gays passam ou vão passar.



"Mãe, eu sou gay"


Desde que saí do armário o que mais me preocupava era como minha família iria reagir. Durante muito tempo me preparei para esse momento. Eu imaginava as piores coisas e situações, os momentos mais impossíveis. Pensava sempre qual seria a hora certa.
Os amigos que passaram por isso me davam conselhos: “Pode contar sem medo, toda mãe sabe quando o filho é gay”. Mas meu maior medo era que eles soubessem por outra pessoa. Porém não foi bem assim.
Minha mãe me ligou após ter visto fotos minhas com um amigo. Quem havia mostrado? Um tio. Nesse instante tudo que eu mais queria era sumir, tudo que eu pensava em dizer fora esquecido e eu fiquei mudo ao telefone. Minha única resposta foi pedir pra conversarmos pessoalmente. Ou seja, eu respondi.
Sem palavras
Passamos três dias sem trocar uma palavra. Eu chorava descontroladamente, imaginava milhares de coisas. Todo aquele silencio foi quebrado com um e-mail. Ela escreveu coisas horríveis sobre mim. Eu achava que estaria preparado para o pior, mas quando o pior acontece você descobre que não é forte suficiente. Fui chamado de aberração, de doente, foram ditas palavras de ódio, me senti humilhado, culpado, e no mesmo e-mail ela falou que iria tirar a própria vida.
Foram semanas de muito choro e muita preocupação. Eu imaginava que alguém me perseguia e iria falar tudo pra ela. Achava que ela iria mandar alguém pra me dar uma surra. Não tive espaço para uma conversa. Deixei o tempo passar e tivemos um momento cara a cara. Choramos, falei tudo que estava entalado e nos abraçamos.
Hoje muita coisa foi esclarecida entre nós. Ela me ama, pediu desculpas pelas palavras ditas e, mesmo não me aceitando, prefere acreditar que nada aconteceu. Eu vivo minha vida normal, sem medo, sem culpa e de cabeça erguida por conseguir ser eu mesmo, independente do que ela e outras pessoas venham pensar.
*Texto publicado na minha coluna semanal do PAU pra qualquer obra

4 comentários:

AugustoCrowley disse...

Uma pena que ainda exista essa coisa de ter que viver acima do que julgam da gente.Ideal seria que houvesse compreensão de que amor verdadeiro é incondicional. mas também devemos compreender que todo preconceito trás uma deficiência de educação, que nossos vivenciaram ou vivenciam.Enfim, a vida faz o seu trabalho lentamente.Beijos!

Fred disse...

Maquetiointrometido, hein?!? Hehehe! É como eu digo: com jeitinho as pessoas se entendem. E mãe é sempre mãe, nzé? Beijos pra ti, querido! E pra "minha sogra" tb... HAHAHAHAHAHAHAHAHA!

FOXX disse...

Estamos então exatamente do mesmo jeito.

Serginho Tavares disse...

quando existe amor de fato e eu falo em amor no verdadeiro sentido da palavra, as pessoas aceitam sempre, pode demorar mas aceitam.
muitos pais acham que seus filhos são propriedades suas, mas esquecem que os filhos vão crescer e ter suas próprias vidas e o que se espera deles é apenas amor, mais nada!

beijos queridão