Sobre um possível ódio... (passageiro)

Oieeee!

hahahahaha 

Queridos leitores lindos e chorosos desse blog... agradeço o carinho das mensagens. Tive pedidos via e-mail e nos comentários. FRED e FOXX seus lindos, não se preocupem, vamos manter contato, não tenho dúvidas!

Essa semana o PAU voltou a ativa. E o meu texto foi algo que tava engasgado... 

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Sei que posso está um pouco atrasado, mas o que vale é falar o que se pensa. 

Recentemente nós homossexuais sofremos ataques maciços de políticos e pessoas que os apoiam. Claro que isso sempre aconteceu, mas nunca vi acontecer numa eleição. 

Em pleno horário nobre, em um canal de tv aberta, fomos tachados de aberrações, de contra os valores e como eu gosto de falar "agentes de extinção populacional". Esse termo é pelo simples fato, segundo os grandes "sábios", de não procriarmos por sermos do mesmo sexo. Tá ótimo meu povo, não procrio com meu namorado, muito menos gostaria. Mas posso adotar e tenho muito amor pra oferecer pra uma criança que foi deixada em um orfanato.

Tudo bem, muito já se foi discutido por amigos, nomes famosos, pessoas intelectuais... não quero retornar ao dia em que o ódio aos homossexuais foi disparado para a nação e ainda aplaudido por muitos. Estou aqui pra expor o que eu senti no momento, não só eu como muitos. 

Ao ouvir as palavras do tal político eu fui tomado por um ódio sem tamanho. Peguem o ódio daquele cara e multiplique pela população do planeta e você terá meu nível de ódio. Mas eu acabei por respirar fundo e pensar duas vezes no que iria escrever ou pra quem iria desabafar. E se eu fiquei assim, pior ainda foram as outras pessoas atingidas. Cheguei a ouvir que estaria se formando uma gangue de homossexuais pra sair quebrando tudo por aí, eu falo é da cara dos homofóbicos de plantão. E se vocês querem saber, eu apoiaria se isso acontecesse, até sairia junto com eles fazendo o mesmo tamanho foi minha fúria. Não nego que o sentimento que surgiu em mim não foi algo normal, ou condizente com minha pessoa. A prova é tanta que as pessoas pra quem falei ficaram assustadas comigo. 

Mas não é agindo no mesmo nível que um homofóbicos que eu vou mudar o mundo. Respirei fundo e pensei em várias coisas. E para minha não surpresa logo após a eleição eu ri como uma criança ao saber que o Bolsonaro foi eleito e que o Feliciano também. Não tive outra opção, tive que rir. 

Acredito que todos que votaram neles tinham interesse em ter uma vida melhor, livre de gays, lésbicas, trans, etc. Uma vida onde a moral de uma família não possa ser abalada e o grande patriarca possa mandar e que o resto obedeça. Uma vida onde as mães fiquem em casa cuidando dos filhos e servindo ao patriarca com um sorriso no rosto. Onde os filhos sirvam à pátria e que se casem, tenham filhos, e perpetuem a espécie. Que o pai possa mostrar o que é ser homem em casa e um macho na rua. Macho de verdade que além de ter a mulher dona de casa tem mais uma pra ele foder e bater na cara. Uma vida onde as mulheres devem mesmo apanhar e ficarem caladas, pois o marido sabe o que faz. 

É isso que todos esperam, que a família de verdade tenha seus antigos valores de volta. 

E a nós aberrações nos resta as masmorras, prisões, ou pior ainda, a nossa volta ao armário por medo de irmos pro exílio. 

*TEXTO DA MINHA COLUNA SEMANAL NO PAUPRAQUALQUEROBRA